Startup cria método para construir casas em 48 horas e deve faturar R$ 70 mi no primeiro ano de operação
Produzir casas dentro de fábricas e montá-las no terreno. Esta é proposta da startup mineira Hauss Brasil, fundada com o objetivo de apoiar a redução do déficit habitacional no Brasil por meio de uma solução rápida e sustentável direcionada para projetos do poder público. A partir do método Light Wood Frame (LWF) a empresa permite a construção de uma residência em 48 horas, ficando habitável em 72 horas. A govtech projeta um faturamento de R$ 70 milhões ao final do primeiro ano de operação.
Criada por Junior Bergamin, Paulo Curió, Jonatas Resende e Gilberto Bergamin, a startup começou a ser idealizada em 2021. Os empreendedores notaram potencial para um negócio capaz de oferecer ao poder público construções com capacidade de ser concluídas em períodos curtos.
“Nossa ideia é trabalhar o máximo possível em todo o estado de Minas Gerais e começar a expansão pelo Sudeste, por São Paulo, no próximo ano.”
– Junior Bergamin
Com um investimento inicial de aproximadamente R$ 1 milhão, de capital próprio, os empresários passaram cerca de um ano e meio validando a proposta e desenvolvendo o plano de negócio. Em 2023, com a ideia estruturada, a startup vendeu 55% dos seus direitos econômicos para a Holding Atlas, controladora do Grupo Expresso Nepomuceno, com o objetivo de impulsionar os primeiros projetos da empresa.
Com um aporte de R$ 40 milhões, e previsão de investimento de R$ 100 milhões da holding para os próximos cinco anos, a Hauss Brasil fechou seu primeiro trabalho na cidade de Itamogi (MG). Como parte do programa Minha Casa, Minha Vida, da Caixa Econômica Federal, a startup está construindo 150 casas, que devem ser entregues ainda neste ano. Além do conjunto habitacional que já está em produção, a empresa venceu outras quatro licitações, somando cerca de mil unidades a serem entregues no primeiro ano de operação.


Como funciona o modelo de construção
O método Light Wood Frame consiste em um sistema que utiliza peças de madeira para estruturar uma moldura da construção. Assim, cerca de 85% da casa é feita inteiramente fora do terreno, possibilitando a construção final em 48 horas.
Além da velocidade, a startup ressalta o potencial de maior sustentabilidade com o processo. De acordo com a empresa, o modelo possibilita a redução de 90% dos resíduos sólidos, conta com matéria prima oriunda de fontes sustentáveis e rastreáveis desde o plantio e possibilita a redução da pegada de carbono a partir da rastreabilidade e da instalação de painéis solares, em que se elimina o carbono operacional das residências.
A empresa, que trabalha com fábricas parceiras e contratos de exclusividade, conta, atualmente, com um único modelo de casa. Por isso, segundo Junior Bergamin, o trabalho com o poder público é estratégico para o negócio, uma vez que permite escalabilidade, reduzindo o custo final do produto em razão da escala. “Nossa ideia é trabalhar o máximo possível em todo o estado de Minas Gerais e começar a expansão pelo Sudeste, por São Paulo, no próximo ano”, diz Junior Bergamin.
Para 2025, além dos conjuntos habitacionais Minha Casa, Minha Vida, a startup planeja lançar mais dois produtos: habitações de três quartos, visando o faixa três do programa, e edificações de até quatro andares. Para os pequenos prédios, a expectativa é de um investimento de cerca de R$ 1 milhão.
Ao final dos primeiros 12 meses de operação, em junho de 2025, a previsão de faturamento do negócio é de R$ 70 milhões. Até o final de 2025, a projeção é atingir R$ 120 milhões.
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